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Como imagens afetam o ticket médio: a ciência por trás do desejo de compra

Introdução

A forma como o consumidor enxerga um produto é, muitas vezes, tão importante quanto o próprio produto. Em um ambiente de e-commerce onde o cliente não pode tocar, experimentar ou cheirar, a imagem se torna a principal ponte sensorial entre o produto e o desejo de compra.

Mas o que muitas empresas ainda subestimam é que imagens bem planejadas e executadas não apenas geram conversões — elas aumentam o valor percebido, o desejo e, principalmente, o ticket médio. E isso não é só teoria: há dados concretos, estudos científicos e cases reais por trás dessa afirmação.


1. A neurociência por trás da imagem: como seu cérebro reage a uma boa foto

De acordo com estudos do MIT, 90% das informações absorvidas pelo cérebro humano são visuais, e processamos imagens até 60.000 vezes mais rápido que textos. O impacto de uma imagem bem feita é quase instantâneo: em menos de um segundo, o consumidor já formou uma impressão — positiva ou negativa — sobre o produto.

E mais: quando confrontado com imagens que remetem a prazer (como comida suculenta, texturas bem iluminadas ou cenários aspiracionais), o cérebro ativa o sistema límbico, que regula emoções, recompensas e memórias.É o mesmo mecanismo ativado por chocolate, música ou uma boa lembrança afetiva. Ou seja: imagens bem planejadas literalmente despertam desejo.

Esse desejo se converte em disposição para gastar mais. O consumidor passa a justificar internamente a compra de versões mais caras, kits completos ou acessórios adicionais. Tudo porque a imagem comunicou não apenas o que o produto é — mas o que ele faz sentir.


Comparativo entre duas imagens semelhantes de prato de macarrão. Uma mal feita e uma bem feita

2. Dados que confirmam: imagem vende mais — e melhor

Não se trata de uma percepção subjetiva. Existem diversos estudos e benchmarks de mercado que apontam a relação direta entre qualidade da imagem e aumento no ticket médio e performance de vendas:


  • Shopify (2023): lojas com imagens de alta qualidade e consistência visual aumentaram o ticket médio em até 20%, mesmo com o mesmo tráfego.

  • Weebly: 75% dos consumidores afirmam que a credibilidade de uma loja online é definida pelas imagens dos produtos.

  • Justuno: produtos com fotos profissionais aumentam, em média, 35% o volume de vendas em marketplaces e lojas próprias.

  • eBay Research Labs: a qualidade da imagem influencia diretamente o valor máximo que o cliente está disposto a pagar. Itens com fotos de baixa resolução foram sistematicamente vendidos por preços menores que seus equivalentes com fotos de alta qualidade.

  • MDG Advertising Report (2022): 67% dos consumidores afirmam que a qualidade da imagem é "muito importante" para decidir o que comprar.


Além disso, segundo dados internos de grandes players de marketplace (como Amazon e Mercado Livre), produtos com boas imagens têm menor taxa de devolução, mais avaliações positivas e tempo médio de navegação superior.


3. Como boas imagens elevam o ticket médio na prática

O aumento no ticket médio ocorre, principalmente, por três mecanismos:


a) Aumento do valor percebido

Fotos profissionais geram sensação de qualidade premium. O cliente passa a comparar o produto com marcas aspiracionais, mesmo quando o preço é mais competitivo.Resultado? Maior disposição a pagar mais — e a escolher sua oferta frente a concorrentes com fotos amadoras.


b) Criação de desejo por versões mais completas

Imagens que mostram o produto em contexto (modo de uso) incentivam o consumidor a imaginar a experiência completa.É aí que ele opta por versões mais completas, maiores ou mais caras. Exemplo: escolher o combo com 3 unidades, a linha premium ou o modelo com acessórios.


c) Combinação de produtos e estratégias de upsell

Imagens que mostram produtos complementares, ambientações em conjunto e detalhes estéticos favorecem a criação de kits e o cross-selling. E quando bem executadas, as fotos tornam o upsell quase natural: o consumidor sente que precisa da versão superior — não porque foi induzido, mas porque o visual é irresistível.


4. Exemplos reais: da comida à tecnologia


Gastronomia e delivery

Fotos com iluminação que realça textura, frescor e temperatura aumentam o apetite visual — e justificam um preço maior. Restaurantes parceiros da Superprodução, por exemplo, reportaram crescimento de até 38% no ticket médio em pratos fotografados profissionalmente, comparado ao mesmo item antes da reformulação visual.


Moda

Fotos com modelos reais, ambientação aspiracional e riqueza de detalhes elevam o status do produto. Marcas que migraram de fotos em cabide para lifestyle e still de moda viram seus clientes comprarem peças adicionais na mesma visita, elevando o valor total por transação.


Eletrônicos e tecnologia

Imagens com close-up nos materiais, ângulos técnicos e detalhes de uso aumentam a confiança e reduzem o tempo de decisão. Isso se traduz em maior ticket médio e menor abandono de carrinho.


5. A verdade que poucos dizem: investir em imagem sai mais barato do que perder vendas

Muitos gestores ainda veem o investimento em imagem como custo — quando na verdade é um dos ativos de maior alavancagem no digital.


Pense da seguinte forma:

  • Se você paga por tráfego (ads), mas usa imagens ruins, está jogando cliques no lixo

  • Se você tem um bom produto, mas a imagem não comunica isso, o cliente não percebe valor

  • Se você tem preços premium, mas imagens amadoras, a percepção será de produto barato com preço alto


Já uma imagem bem produzida pode aumentar em até 40% a conversão e em 20 a 30% o ticket médio, com o mesmo investimento em mídia. Isso é eficiência.


Conclusão: Imagem não vende só mais — vende melhor

Investir em imagem é investir em percepção, desejo, confiança e valor.

Uma boa foto não apenas mostra o que o produto é — ela vende uma experiência, uma emoção, uma promessa de satisfação. E quando o cliente compra essa promessa, ele paga mais por ela.

 
 
 

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